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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Com Refis, Vale tem perda bilionária no 4º trimestre

Por Natalia Viri e Francisco Goés | De São Paulo e do Rio Divulgação A Vale encerrou o quarto trimestre com um prejuízo bilionário com a adesão ao Refis, programa do governo federal para parcelamento de dívidas tributárias ligadas a coligadas no exterior. A mineradora teve perdas de R$ 14,87 bilhões nos últimos três meses de 2013, quase o triplo do resultado negativo em R$ 5,46 bilhões de um ano antes. Sem isso, a companhia teria ficado no zero a zero. A entrada no programa teve um impacto negativo de R$ 14,8 bilhões no balanço do período. Apesar do impacto expressivo, o valor ficou abaixo dos R$ 20,72 bilhões estimados pela direção da Vale, por conta dos descontos na dívida oferecidos pelo programa. Do lado operacional, no entanto, o desempenho foi melhor que o registrado no quarto trimestre de 2012. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) ficou em R$ 15,13 bilhões, alta de 65,4% em relação a um ano antes. Esse número desconsidera efeitos não recorrentes, como a adesão ao Refis e baixas contábeis de ativos e ficou acima do estimado por analistas de mercado consultados pelo Valor. O aumento nos preço do minério de ferro em relação a um ano antes e o dólar mais caro em relação ao real contribuíram para o resultado. Esses fatores compensaram a queda de 1,8% na produção da commodity em relação a um ano antes, para 81,2 milhões de toneladas. As receitas totais cresceram no período, para R$ 30,6 bilhões. E, como já vinha ocorrendo ao longo do ano, os custos de produção ficaram mais contidos. A margem bruta da companhia cresceu 4,5 pontos percentuais, para 48%. As despesas com vendas, administrativas e com pesquisa e desenvolvimento também caíram, seguindo a estratégia prometida pela empresa de botar o pé no freio para focar em rentabilidade. Aqui, no entanto, os efeitos "não recorrentes" voltaram a fazer estrago. No quarto trimestre de 2013, a mineradora fez uma baixa de R$ 5,39 bilhões referente à operação de potássio Rio Colorado, na Argentina, reconhecendo as perdas com a unidade, cuja produção está suspensa desde o começo do ano passado. Ainda assim, as perdas com baixas de ativos foram menores que aquelas feitas no quarto trimestre de 2012, quando a Vale fez ajustes de mais de R$ 8 bilhões, como parte da estratégia de abrir mão de projetos que já não davam o retorno esperado. Desconsiderando os efeitos "não recorrentes" que assombraram a companhia ao longo de todo o ano, como adesão ao Refis e baixas de ativos, a mineradora teria tido lucro de R$ 7,4 bilhões no quarto trimestre, 91,7% a mais do que um ano antes. Em 2013, o lucro foi de apenas R$ 115 milhões, contra ganhos de R$ 9,89 bilhões do ano anterior. Sem os fatores "pontuais", o resultado seria positivo em R$ 26,72 bilhões, alta de 30,1% sobre 2012. O diretor executivo de finanças da Vale, Luciano Siani, comemorou o fato de a empresa ter fechado o ano no azul mesmo toda a "faxina" nos resultados da empresa. Ele lembrou que a valorização do dólar em relação ao real no período pesou sobre as dívidas da companhia e destacou o bom resultado do Ebitda. O indicador ajustado, sem fatores não recorrentes, aumentou 50% em dólares em 2013 em relação ao ano anterior como resultado de recordes nas vendas. Siani também destacou o papel da redução de custos nos resultados do ano. A empresa registrou uma economia de US$ 2,8 bilhões quando se compara custos e despesas de 2013 com 2012. Segundo ele, 2013 deve ser lembrado como o ano em que a Vale conseguiu eliminar grande parte das incertezas que rondavam a companhia, como a adesão ao Refis e a obtenção da licença ambiental para o maior projeto da história da companhia, o S11D, em Carajás, no Pará. Outro ponto destacado pelo executivo foi a melhora no segmento de metais não ferrosos da companhia.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Embarque clandestino de crianças e adolescentes na Estrada de Ferro Carajás é investigado

Por CombateRacismoAmbiental, 24/02/2014 15:01 Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on pinterest_shareMore Sharing Services 4 Foto: Marcelo Cruz Foto: Marcelo Cruz Rede Justiça nos Trilhos “Meninos do Trem”, assim é conhecida a problemática do embarque clandestino de crianças e adolescentes nos trens de cargas do Corredor de Carajás. O problema já se tornou um fenômeno e é pesquisado pelo Ministério Público Estadual do Maranhão há mais de 10 anos. Com o objetivo de investigar a responsabilidade da empresa Vale S.A. como concessionária da Estrada de Ferro Carajás (EFC) sobre a segurança do transporte, o MPE, por meio do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAOP-IJ), acompanha a pesquisa de um engenheiro canadense por todo o corredor de Carajás. Com esse estudo pretende-se elaborar um parecer técnico que seja usado como análise crítica do sistema de segurança da empresa Vale. O foco das investigações são os embarques e desembarques clandestinos de crianças e adolescentes, mas a perícia não deixa também de analisar outros problemas ligados a segurança, ou a falta dela, como atropelamentos, interrupção das vias de acesso das comunidades, entre outros. De acordo com Márcio Thadeu Silva Marques, Promotor da Vara da Infância e da Juventude de São Luís, que acompanha o caso, “há relatos de meninas que abortaram, perderam parte do pé, casos de atropelamento, casos de ferimento, a questão está relacionada também com o trabalho infantil, a exploração sexual, a prática de ato infracional, tráfico de drogas…”. A pesquisa “Crianças e adolescentes viajando clandestinamente nos trens da Estrada de Ferro Carajás”, realizada pela Agência de Notícias da Infância (MATRACA, 2013) em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Maranhão (CEDCA) denuncia a situação das viagens clandestinas nos municípios cortados pela EFC e esclarece que no período de 2001 a 2012 foram registrados 136 casos de crianças e adolescentes inseridas nessa problemática. Segundo a pesquisa há uma incidência de desrespeito aos direitos desses atores. Para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as práticas de segurança realizadas pela empresa Vale seguem as normas estabelecidas. A Promotoria discorda, porque os registros de embarques e desembarques clandestinos não param. “Temos a firme convicção de que o número do problema é bem superior aos 136 casos registrados pela pesquisa feita em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente no Maranhão envolvendo dados entre 2001 e 2012”, afirmou Márcio Thadeu. O promotor explica que há um expressivo número de casos que não são localizados, identificados e registrados. A quantidade de crianças e adolescentes em situação de rua em São Luís é um dos efeitos constatados pelo MPE, muitas dessas crianças embarcam nas viagens clandestinas no estado do Pará e desembarcam na capital maranhense. A partir dessa constatação começou-se a construir uma rede articulada entre a Promotoria da Infância e da Juventude do Maranhão e outras articulações no enfretamento ao problema, como a Rede Justiça nos Trilhos, Ministério Público Federal, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Maranhão, Associação dos Conselheiros e ex-Conselheiros Tutelares do Maranhão, Defensoria Pública da União e Defensoria Pública Estadual. Essas instituições iniciaram um trabalho de defesa das crianças e adolescentes e começaram a construir estratégias para uma solução. Em 2006 o Ministério Público, por meio da Promotoria da Infância da comarca de Santa Luzia, moveu uma ação contra a Vale, alegando a responsabilidade da empresa na prevenção do problema. O resultado da ação garantiu uma liminar proibindo o ingresso dessas crianças e adolescentes nos trens de carga, no território de Santa Luzia, sob a pena de multa diária para a empresa Vale de 20 mil reais. Uma audiência pública sobre o tema foi realizada na Assembleia Legislativa de São Luís, em março de 2012, com a presença de autoridades do sistema de justiça do Pará e do Maranhão e grande visibilidade na imprensa. Depois da sentença da juíza da comarca de S. Luzia e da audiência que destacou a gravidade, longo de décadas, do problema dos “meninos do trem”, a Vale decidiu negociar um acordo com o MPE para resolução do problema. Foi esse acordo que determinou a realização por parte da empresa de um “Plano de Segurança da EFC” e a contratação de um perito externo que avaliasse as questões de segurança ao longo da ferrovia e o próprio plano da empresa. “Nunca existiu um plano integrado de gestão e segurança para evitar o fenômeno dos embarques clandestinos de pessoas nos trens de minério” – comenta padre Dário Bossi, da Rede Justiça nos Trilhos. “Chegou-se ao absurdo da empresa Vale comentar a contratação de um perito estrangeiro como sua iniciativa e prova de sua preocupação para com a segurança. Bem sabemos, ao contrário, que se tratou de uma obrigação dentro de um acordo que a empresa aceitou pela conveniência de evitar multas e condenações judiciais, depois de anos que o problema estava sendo investigado e denunciado”. O especialista canadense que vai produzir o contra-relatório sobre segurança ao longo da EFC é engenheiro ferroviário, com 39 anos de experiência, e encerrou na última sexta-feira (21) uma série de visitas pelo Corredor de Carajás, encontrando em vários municípios os responsáveis pelo sistema de garantias de direitos para crianças e adolescentes, além de movimentos sociais e lideranças comunitárias. “Ele também se reuniu com técnicos da Vale, teve acesso a algumas informações e a ideia é de que tudo isso possa subsidiar o seu parecer, a sua crítica sobre o plano de segurança”, afirmou o promotor Márcio Thadeu. Nas próximas semanas, o perito canadense entregará ao MPE o parecer final e começará a etapa conclusiva, na qual MPE e Vale deverão redigir um plano eficaz que definitivamente solucione o problema do embarque clandestino de crianças e adolescentes nos trens da EFC e garanta maior segurança para as comunidades atravessadas pela ferrovia. Outras denúncias sobre impactos provocados pelo barulho, as vibrações do trem e a média de um acidente mortal por mês ao longo da ferrovia poderão se beneficiar da perícia coordenada pelo MPE do Maranhão.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ONGs cobram atuação do MPF contra espionagem da Vale

Por CombateRacismoAmbiental, 17/02/2014 14:33 Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on pinterest_shareMore Sharing Services 4 Vale: a mineiradora é acusada por espionar ativistas de uma lista de organizações, como o Movimento de Atingidos pela Vale, o MST e ONG Justiça dos Trilhos Vale: a mineradora é acusada por espionar ativistas de uma lista de organizações, como o Movimento de Atingidos pela Vale, o MST e ONG Justiça dos Trilhos (Kiko Ferrite/EXAME) Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil Organizações de direitos humanos voltaram a cobrar nesta semana investigações sobre as denúncias de espionagem de ativistas e de movimentos sociais pela mineradora Vale e pelo consórcio Norte Energia, responsável pela obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA). As entidades consideram insatisfatórias as investigações sobre as denúncias apresentadas em 2013 para autoridades no Congresso Nacional e para o Ministério Público Federal. “Há um esquema privado que acessa banco de dados do governo federal e que vende [as informações] para outras empresas. Esses dados se referem a informações biográficas, de pessoas e de organizações”, disse a advogada Alexandra Montgomery, da organização não governamental (ONG) Justiça Global. Ela integra o grupo que elabora relatório sobre o andamento das denúncias e que trará recomendações ao governo brasileiro. O documento fica pronto em abril. A Vale é acusada por espionar ativistas de uma lista de organizações, como o Movimento de Atingidos pela Vale, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ONG Justiça dos Trilhos, que atua no Maranhão. Esta última é responsável por denunciar a mineradora à Justiça por acidentes na Ferrovia Ferro Carajás, que leva minério do interior para a capital do estado, e por cobrar reparação a comunidades locais, por danos socioambientais. O advogado da Justiça dos Trilhos, Daniel Chammas, um dos espionados, denuncia escutas telefônicas, interceptação de e-mails e acesso ilegal a informações confidenciais. Segundo ele, o site da organização foi invadido várias vezes e a sede da instituição arrombada em circunstâncias suspeitas. Nada foi roubado. “Vivi parte de minha infância sob a agonia da ditadura militar, quero agora completa 50 anos. Estou passando agora o mesmo processo angustiante, quero viver em paz e fazer o meu trabalho”, declarou. Denúncias feitas por um ex-empregado da Vale, tornadas pública no fim de 2013, em audiência no Senado Federal, indicam que a mineradora teria pago até R$ 500 mil a agentes privados e a servidores públicos para monitorar pessoas e obter dados do sistema integrado do governo. O esquema teria obtido também a colaboração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), vinculados às Forças Armadas, segundo o dossiê. “Esses documentos, do ex-empregado, orientam a Vale a classificar os acidentes ferroviários e os atropelamentos por trem, como suicídio ou desova de cadáveres, com a cumplicidade da força policial”, disse a advogada da Justiça Global. “Isso dá uma dimensão do que um setor de inteligência dentro de uma empresa privada é capaz”, completou. A ONG Justiça dos Trilhos cobra da Vale segurança na ferrovia. ONGs cobram atuação do Ministério Público em espionagem de ativistas que se posicionam contra a construção da Usina de Belo Monte Regina Santos ONGs cobram atuação do Ministério Público em espionagem de ativistas que se posicionam contra a construção da Usina de Belo Monte (Regina Santos) As ONGs Justiça Global e Observatório de Proteção dos Direitos Humanos também acusam o consórcio Norte Energia de espionar o Movimento Xingu Vivo para Sempre, contrário à hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Os ativistas registraram em vídeos e imagens testemunhos de pessoas infiltradas para repassar informações ao consórcio. Um das pessoas pagas chegou a filmar reuniões. Para tentar pôr um fim à violação de privacidade, que afeta a atuação das ONGs, e põe em risco a vida dos ativistas, elas reivindicam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) articule a atuação do Ministério Público nos cinco estados. No Rio, sede da Vale, os ministérios públicos federal e estadual já recusaram as denúncias das entidades de direitos humanos. As entidades também levaram as denúncias sobre espionagem contra a Vale e a Norte Energia para órgãos de direitos humanos das Nações Unidas (ONU). “Há uma grande preocupação com aumento da violência contra defensores de direitos humanos que se opõem a grandes obras”, destacou a advogada da Justiça Global. Procurados pela Agência Brasil, a mineradora Vale e o consórcio Norte Energia não comentaram as denúncias. Edição: José Romildo