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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

segunda-feira, 24 de março de 2014

“Ditadura selou aliança entre latifúndio e burguesia industrial”, afirma professora

Por CombateRacismoAmbiental, 21/03/2014 16:02 Share on facebookShare on twitterShare on emailShare on pinterest_shareMore Sharing Services 3 Créditos da foto: Tatiana Félix - Adital Créditos da foto: Tatiana Félix – Adital Segundo Larissa Mies Bombardi, professora de Geografia da USP, o período de 1964-85 serviu para concentrar ainda mais a estrutura fundiária brasileira Caio Sarack – Carta Maior A ditadura civil-militar foi responsável por cimentar relações que antes do golpe tinham de se ajustar uma a outra para poderem conviver. Em última medida, o período de 1964 até 1985 serviu para que interesses antes disputados por grupos de poder antagônicos tomassem corpo numa frente ampla: é o caso da aliança entre latifundiários e burguesia industrial na exploração da mão de obra no campo. Conforme afirma Larissa Mies Bombardi, doutora pela USP em Geografia Humana e Agrária, esse pacto apoiou-se “a partir de incentivos fiscais que os grandes capitalistas obtiveram para ocupar produtivamente as terras da Amazônia. Isso determinou que capitalistas se tornassem também grandes latifundiários”. É justamente esse cenário que acelerou os processos de expulsão dos camponeses de maneira violenta. “Agora temos Bradesco, Shell e outras arrendando terras no campo brasileiro”, completa Larissa. Ainda de acordo com a professora, essa nova conformação da ditadura já era prenunciada no período que a antecedeu: em 1959, o então secretário da agricultura do Estado de São Paulo, Carvalho Pinto, mostra que a modernização e o desenvolvimentismo podem sim tomar para si a pasta da Reforma Agrária. O referido ano sendo também o da Revolução Cubana, faz com que o desenvolvimentismo capitalista assuma certos problemas e tente dar a eles direções que lhe agradam. Em sua dissertação de mestrado, o livro publicado pela editora Annablume “O Bairro Reforma Agrária e o Processo de Territorialização Camponesa”, a professora reproduz texto do secretário: “Da experiência cubana, aproveite-se a sua lição histórica. Se os seus resultados não são encorajadores, é preciso que os latifundiários de outras regiões não permaneçam irredutíveis ao progresso, como seus colegas da ilha. Se permanecerem cegos à realidade dos tempos modernos, deixarão suas nações diante da trágica opção de terem de escolher entre sucumbir asfixiada pela estagnação ou morrer vitimadas pela revolução social.” O texto foi publicado em 1963, três anos depois de uma lei estadual de Revisão Agrária de 1960 que estabelece “normas de estímulo à exploração racional e econômica da propriedade rural”. A prática da agricultura extensiva estava atravancando o desenvolvimento capitalista brasileiro; as terras improdutivas ou pouco produtivas do grande latifúndio foram aos trancos dando lugar à expansão do capitalismo de produção. O caminho de reprodução do próprio capitalismo precisaria encontrar outra medida para se assegurar: “no processo de mundialização da economia brasileira, a estrutura fundiária, que historicamente sempre foi concentrada, passou a se concentrar ainda mais no período militar”, afirma a professora.

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