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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

sábado, 27 de maio de 2017

A burguesia brasileira e a Vale


A Vale, embora verde e amarela em sua simbologia, muito pouco ou quase nada se reverteu em processo benéfico ao povo brasileiro ao longo de sua existência. Toda riqueza mineral, estratégica para soberania econômica e social de qualquer país, sempre esteve atada as impessoalidades da burguesia brasileira, que também a disputa, ferrenhamente, neste momento de crise política no país.
Para entender este momento, é necessário voltar à formação da Vale e quatro fatos importantes de sua história. O primeiro é seu surgimento na década de 1940, quando foi arregimentada como uma estatal pelo presidente Getúlio Vargas, mas com a ingerência internacional dos Estados Unidos e Inglaterra, que precisavam de matéria-prima (minério de ferro) para sua indústria bélica na Segunda Guerra mundial. Assim, passou a existir e persistir um controle da Vale por parte de uma burguesia interna sempre com os olhos voltados para fora do país e um capital internacional industrial e financeiro ávido pela riqueza acumulada pelos minerais brasileiros.
O segundo momento, é o descobrimento da maior jazida de minério de ferro do mundo nos anos de 1960 na Serra de Carajás, que fez novamente a dobradinha dominadora (burguesia interna e capital internacional) aparecer na característica da exploração mineral no Pará. Os militares – que estavam no poder a partir do Golpe Militar -controlavam a região com intensa intervenção militar e liberando as pesquisas à empresa estadunidense US Steel, colocando a Vale à mercê do plano explorador.
Em 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) privatiza a Vale e a coloca contra os anseios da soberania do país, é este o terceiro momento da história da mineradora. A privatização é marcada pelo apoio do coletivo da burguesia brasileira – como o Banco Bradesco e pelo capital internacional – Banco Morgan Stanley (financiadora estadunidense), ambos organizaram o leilão fraudulento e depois se beneficiaram com compra de ações na empresa. Baseado neste último apontamento, a legalidade da privatização é contestada até hoje na Justiça por mais de 100 ações populares, que estão nas mãos do ministro Gilmar Mendes no STF.
O quarto momento da história da Vale é destacado pela disputa intra golpista para o domínio de sua direção. As gravações de um dos donos da JBS, Joesley Batista, apresentadas na última semana, evidenciam que a ala tucana da Vale não está satisfeita com as influências do PMDB no seio da mineradora. Nos últimos anos, o PMDB vem controlando o setor mineral no Brasil nomeando seus pares nos departamentos correspondentes a exploração de minérios e acirrando dentro do bloco golpista de agora o poder de empossamento dos diretores da empresa Vale.
As mudanças na composição acionária da empresa com objetivo de torná-la mais pró-mercado, foi o primeiro passo do governo golpista para alterar o “mando” do Governo Federal na indicação do Presidente da multinacional (garantida através dos fundos de pensão – VALEPAR). Atrelado a isso, está a posse nesta segunda-feira (22/05) do novo presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que tem como tarefa principal acabar com qualquer influência do Estado na empresa.
Conforme o bloco golpista foi rachando nos últimos dias, as disputas dos bens minerais também entraram no jogo. O senador Aécio Neves (PSDB), afastado das funções de parlamentar pelo Supremo Tribunal Federal desde 18 de maio, tentou emplacar o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ligado ao sistema financeiro especulativo.
Enquanto a burguesia brasileira atrelada ao capital financeiro se degringola, o povo brasileiro fica à margem das decisões da mineração no país – os territórios com falta de água, poeira nas casas, câncer, violência, prostituição, alcoolismo e uma grande pobreza alicerçada na riqueza proporcionada pela mineração. Com essa disputa o povo brasileiro, que está nos territórios em conflito com a mineração, terá o seu modo de vida ainda mais alterado, pois a lógica imposta pelo capital financeiro é uma das mais perversas para quem está na ponta.
A única saída para alterar a correlação de forças é através da luta e organização popular. Só esses dois elementos podem barrar todos os retrocessos encabeçados pelo governo golpista de Michel Temer no último período. No dia 24 de maio será a vez de o povo brasileiro lutar, mais uma vez, contra a retirada de direitos e em defesa da democracia, encabeçada por duas palavras de ordem: Diretas Já e Fora Temer.
“Por um país soberano e sério, contra o saque dos nossos minérios”

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