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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

domingo, 3 de julho de 2011

Será que o problema é o modelo de desenvolvimento?

É comum em todos os debates acerca das estratégias e projetos de desenvolvimento a questão do modelo de desenvolvimento. Seja no âmbito acadêmico, dos movimentos sociais e/ou partidos políticos a crítica geralmente recai no modelo de desenvolvimento e não no desenvolvimento em si. A meu ver essa prerrogativa precisa ser melhor ponderada.
Quando falamos de modelo nos vem a mente palavras como: exemplo, mostra, ou melhor, um padrão. E padrão aqui é, digamos, a palavra-chave. Só o fato de existir um padrão, algo uniforme, abre a possibilidade que as mais variadas formas de vida possam ser padronizadas (se é que você me entende...)
Essa padronização, essa criação de um modelo, obedece a critérios (como é de se esperar) científicos, estatísticos e matemáticos, que dizem respeito a uma [dita] melhor utilização dos recursos que garantiria assim o conforto material a todos. O Produto Nacional Bruto (PNB) e o salário são os exemplos cabais dessa referência.
O problema do modelo é justamente... O modelo! Isso implica necessariamente algo que deve ser seguido: um modelo de conduta, um modelo de prática social, um modelo de desenvolvimento. Ao não fazermos a crítica do modelo em si, temos o nosso campo de visão manchado que não nos permite visualizar que a instituição de um padrão, seja ele de consumo ou de vida, traz consigo a morte da diversidade, de modos de vida que passam a ser hierarquizados como sendo mais próximos ou mais distantes, atrasados ou avançados, do modelo de desenvolvimento ou de um padrão de vida.
Nunca é demais lembrar que os critérios de desenvolvimento como industrialização, urbanização e tecnificação da agricultura servem como moldes que guiam as nações na busca do famigerado desenvolvimento. Sendo assim, se uma determinada nação, por exemplo, o Paraguai, tem um baixo nível de industrialização em relação a uma nação dita avançada, como a Inglaterra, isso significa dizer que para que o Paraguai “alcance” a Inglaterra na corrida do desenvolvimento, deve obrigatoriamente adotar o modelo inglês de desenvolvimento; Do contrário continuará sendo considerada arcaica, atrasada, subdesenvolvida e todos os outros adjetivos que servem para inferiorizar culturas que são, simplesmente, diferentes, diversas.
A estética do modelo de desenvolvimento, seja ele qual for, serve para matar a diferenças, para distribuir as nações numa hierarquia desigual onde cada um está mais ou menos avançado ou atrasado no tempo. A homogeneização de padrões desenvolvimentistas enseja dialeticamente a superação de “barreiras” tradicionais, das heterogeneidades culturais.
O desenvolvimento faz uma apologia do consumismo, do utilitarismo; em contrapartida ele avilta as diferenças na vida; a modernização não trouxe igualdade, mas sim miséria. As mais diversas culturas têm sua própria maneira de marcar o espaço, tem seus diferentes tempos, possuem contextos sociais distintos. Por que a diferença, então, tem que ser inferiorizada?

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