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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sobre monos...

As discussões acerca da diversidade biológica e social do mundo tem iniciado debates sobre a supressão da variedade de formas biológicas e sociais presentes no planeta Terra. Ao centralizarmos a discussão sobre a sociobiodiversidade não podemos deixar de focar nos fundamentos que levaram a constituição da própria sociobiodiversidade, ou seja, como esta questão está posta hoje e porque se fala tanto em diversidade. Sendo assim, a diversidade só se reconhece pela sua antítese dialética como movimento necessário à interpretação e ao entendimento. É por isso que no cerne da discussão da sociobiodiversidade está a questão da nossa cosmovisão sobre as monos...
Indubitavelmente, hoje, no centro da cosmovisão, está a monocultura, o monoteísmo e a monarquia.
A monocultura é um tipo de prática de cultivo que objetiva a produção de um único item alimentício, por exemplo, o monocultivo da soja. Mas, para além dos impactos ambientais que a monocultura traz é central que nos atentemos pra o prefixo mono na palavra porque é ele que objetiva as práticas humanas quando esta cultura do “único” destrói a cobertura vegetal anterior para se afirmar. Notemos, pois, que a afirmação da monocultura só se pode fazer pela negação da diversidade presente na cobertura vegetal anterior. Essa “anterioridade” sinonimiza a qualidade de ser “primeiro” numa clara alusão a um estágio evolutivo. Sendo assim, se a diversidade original está num estágio “primeiro”, ou anterior, isso significa que está atrasada, logo é inferior ao que vem depois, no caso a monocultura. Dessa forma, a monocultura não pode “conviver” com outras culturas distintas, posto que são “atrasadas, inferiores”, por isso precisa se afirmar hegemonicamente.
Na mesma linha do controle ideológico está o monoteísmo. E mais uma vez o prefixo mono é chave para se compreender a crença num único Deus. Como se vê, a “unicidade” desse Deus é sempre avivada na medida em que ele é único. Ora, todo e qualquer deus é único, dotado de características particulares que não implicam necessariamente inferiorização ou hierarquização. Este princípio de inferiorização e hierarquização acontece somente quando a diferença, as entidades que diferem entre si, são elas mesmas inferiorizadas. Portanto, se o diferente é o inferior, se ele é o que está num estágio religioso atrasado com crenças ultrapassadas, cabe então aos monoteístas instaurar o processo de conversão à religião verdadeira, única, superior, acima de todas.
A monarquia também não escapa desse pequeno quadro que estou traçando. A constituição singular, única, de um soberano equivale a uma crença de que uma persona pode encaminhar satisfatoriamente o governo da Nação. Ora, se “elege-se” uma única pessoa para o comando e o governo da Nação isso equivale a dizer que as pessoas em geral, a “massa” populacional foi destituída da capacidade de se governar e de construir coletivamente os caminhos de um governo não autocrático, autoritário e, porque não, absolutista.
Enfim, o debate sobre a diversidade biológica, social, política e religiosa está na ordem do dia. Mas esse debate só poderá seguir em frente na medida em que negar e superar aquilo que constitui o seu outro: os monos... O primado dos monos deve ser questionado e superado uma vez que põe em cheque a capacidade da humanidade e da Natureza de se auto-reconhecer enquanto diversa, diferente, ou seja, uma igualdade na diferença no sentido de que igualdade não implica em homogeneização como o raciocínio mais simplório e costumeiro pode levar-nos a crer. O reconhecimento das diferenças sejam elas de cunho biológico, social, religioso, político, econômico, é o caminho a ser trilhado para que possamos conviver com o outro sem “contingenciá-lo necessariamente” à inferioridade. Só assim é que no futuro, não muito distante, a “utopia” da igualdade na diferença pode se fazer presente...

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