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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

domingo, 17 de novembro de 2013

Missionários Combonianos protagonistas na defesa do direito sócio-ambiental


terça-feira 12 de novembro de 2013
Os Missionários Combonianos de Brasil, Peru, Centro América e Estados Unidos participaram, ao longo da primeira semana de novembro, de uma série de encontros em Lima (Peru), debatendo e aprofundando o tema do cuidado sócio-ambiental frente aos conflitos provocados pela mineração no continente.
Nos dias 4 e 5 realizou-se um encontro com cerca de 30 religiosos, religiosas, leigos e leigas provenientes de Peru, Equador, Colômbia, Chile, Brasil, Argentina, Honduras, Salvador e Guatemala.
O encontro foi organizado, entre outros atores, pela Rede Justiça nos Trilhos e os Missionários Combonianos do Brasil Nordeste, que articulam pastorais sociais, movimentos e entidades em defesa das comunidades atingidas pelo Programa Grande Carajás e a empresa mineradora Vale S.A., no Pará e Maranhão.
Dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no encontro. Reafirmou o compromisso da Igreja Católica no Brasil ao lado dos impactados pelos grandes projetos de mineração.
Destacou, em particular, a participação ativa da CNBB no Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, que debate ao longo dos últimos meses a reforma do código de mineração no Brasil.
Estavam presentes ao encontro também as agências internacionais dos religiosos e religiosas ativos nas Nações Unidas (Vivat, Franciscan International e Mercy International), cuja missão é articular a Igreja de base em seu papel de protetora e advogada dos pobres frente à ONU e às instâncias internacionais de defesa dos direitos humanos.
Também participou a Misereor, da Alemanha, que há muitos anos acompanha o debate e o compromisso da Igreja latino-americana frente à mineração, bem como a coordenação de Justiça, Paz e Integridade da Criação dos religiosos e religiosas no mundo. Frei Fabio Ferreira, frade menor franciscano atuante em Roma, comprometeu-se a levar o grito das vítimas dos grandes projetos extrativos até o Vaticano, para que o cardeal Turkson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, encontre essas vítimas e fortaleça o trabalho de acompanhamento da Igreja e das comunidades eclesiais de base junto a esses novos pobres, que sofrem o saque de seus bens comuns e territórios.
“Trabalhamos ao lado dos povos originários, indígenas e afrodescendentes. Uma de nossas missões prioritárias é apoiá-los na defesa de seus territórios e tradições frente à ganância da mineração, que há séculos fere nosso continente e nessas últimas décadas está se tornando um dos elementos de maior conflito em América Latina” – disse padre Filomeno Ceja, comboniano em Guatemala.
O grupo de religiosos e religiosas reunidos nessa ocasião pretende continuar e ampliar sua articulação e, apreciando a solidariedade e a presença qualificada da CNBB, pediu o apoio formal dos bispos do Brasil para a realização, em 2014, de um encontro latino americano mais amplo e representativo sobre o tema “Igrejas e mineração”.
Nos dias seguintes, alguns Missionários Combonianos participaram de um seminário, também em Lima, com outras 25 lideranças de movimentos sociais e organizações não governamentais, coordenado por Mining Watch-Canadá, analisando no detalhe as características das grandes empresas multinacionais que lideram a exploração e comercialização mineral em América Latina. “É preciso conhecer a força e as articulações do enorme capital investido atualmente nos projetos de mineração em nosso continente, para compreender suas estratégias e empoderar a resistência das comunidades locais” – comentou Cesar Padilla, chileno, organizador do seminário.
Por fim, nos dias 8 e 9 de novembro, a rede Justiça nos Trilhos representou também os Missionários Combonianos no encontro bianual do “Observatorio de Conflictos Mineros en America Latina” (OCMAL), rede que articula dezenas de entidades, movimentos sociais e coordenações de comunidades em luta contra os impactos da mineração. 
Setenta pessoas de nove países do continente debateram com extrema competência estratégias de visibilização desse conflito, articulação internacional da denúncia e da resistência, defesa das comunidades e lideranças criminalizadas e perseguidas por defenderem o direito à autodeterminação dos povos sobre seus territórios. 
Somente na semana em que se realizaram os encontros, mais duas vítimas da violência das empresas mineradoras e do aparato estatal em muitos casos a elas aliadas foram assassinados no esforço de defender suas comunidades: Ramiro Taish do povo Xoar, Ecuador, e César García, liderança comunitária em Colômbia.
A missão comboniana no continente latino-americano confirma sua opção prioritária para os povos indígenas e afro-descententes e, em sintonia com o ensinamento da recente Conferência de Aparecida, se coloca a serviço das comunidades excluídas pelo atual modelo de desenvolvimento e seus grandes projetos impactantes.

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