terça-feira 12 de novembro de 2013
Os Missionários Combonianos de Brasil, Peru, Centro América e
Estados Unidos participaram, ao longo da primeira semana de novembro, de uma
série de encontros em Lima (Peru), debatendo e aprofundando o tema do cuidado
sócio-ambiental frente aos conflitos provocados pela mineração no continente.
Nos dias 4 e 5
realizou-se um encontro com cerca de 30 religiosos, religiosas, leigos e leigas
provenientes de Peru, Equador, Colômbia, Chile, Brasil, Argentina, Honduras,
Salvador e Guatemala.
O encontro foi organizado, entre outros atores, pela Rede Justiça nos Trilhos e os Missionários Combonianos do Brasil Nordeste, que articulam pastorais sociais, movimentos e entidades em defesa das comunidades atingidas pelo Programa Grande Carajás e a empresa mineradora Vale S.A., no Pará e Maranhão.
O encontro foi organizado, entre outros atores, pela Rede Justiça nos Trilhos e os Missionários Combonianos do Brasil Nordeste, que articulam pastorais sociais, movimentos e entidades em defesa das comunidades atingidas pelo Programa Grande Carajás e a empresa mineradora Vale S.A., no Pará e Maranhão.
Dom Guilherme Werlang,
presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da
Paz, representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no
encontro. Reafirmou o compromisso da Igreja Católica no Brasil ao lado dos
impactados pelos grandes projetos de mineração.
Destacou, em particular, a participação ativa da CNBB no Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, que debate ao longo dos últimos meses a reforma do código de mineração no Brasil.
Destacou, em particular, a participação ativa da CNBB no Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, que debate ao longo dos últimos meses a reforma do código de mineração no Brasil.
Estavam presentes ao
encontro também as agências internacionais dos religiosos e religiosas ativos
nas Nações Unidas (Vivat, Franciscan International e Mercy International), cuja
missão é articular a Igreja de base em seu papel de protetora e advogada dos
pobres frente à ONU e às instâncias internacionais de defesa dos direitos
humanos.
Também participou a Misereor, da Alemanha, que há muitos anos acompanha o debate e o compromisso da Igreja latino-americana frente à mineração, bem como a coordenação de Justiça, Paz e Integridade da Criação dos religiosos e religiosas no mundo. Frei Fabio Ferreira, frade menor franciscano atuante em Roma, comprometeu-se a levar o grito das vítimas dos grandes projetos extrativos até o Vaticano, para que o cardeal Turkson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, encontre essas vítimas e fortaleça o trabalho de acompanhamento da Igreja e das comunidades eclesiais de base junto a esses novos pobres, que sofrem o saque de seus bens comuns e territórios.
Também participou a Misereor, da Alemanha, que há muitos anos acompanha o debate e o compromisso da Igreja latino-americana frente à mineração, bem como a coordenação de Justiça, Paz e Integridade da Criação dos religiosos e religiosas no mundo. Frei Fabio Ferreira, frade menor franciscano atuante em Roma, comprometeu-se a levar o grito das vítimas dos grandes projetos extrativos até o Vaticano, para que o cardeal Turkson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, encontre essas vítimas e fortaleça o trabalho de acompanhamento da Igreja e das comunidades eclesiais de base junto a esses novos pobres, que sofrem o saque de seus bens comuns e territórios.
“Trabalhamos ao lado dos povos originários, indígenas e
afrodescendentes. Uma de nossas missões prioritárias é apoiá-los na defesa de
seus territórios e tradições frente à ganância da mineração, que há séculos
fere nosso continente e nessas últimas décadas está se tornando um dos
elementos de maior conflito em América Latina” – disse padre Filomeno Ceja,
comboniano em Guatemala.
O grupo de religiosos e
religiosas reunidos nessa ocasião pretende continuar e ampliar sua articulação
e, apreciando a solidariedade e a presença qualificada da CNBB, pediu o apoio
formal dos bispos do Brasil para a realização, em 2014, de um encontro latino
americano mais amplo e representativo sobre o tema “Igrejas e mineração”.
Nos dias seguintes,
alguns Missionários Combonianos participaram de um seminário, também em Lima,
com outras 25 lideranças de movimentos sociais e organizações não
governamentais, coordenado por Mining Watch-Canadá, analisando no detalhe as
características das grandes empresas multinacionais que lideram a exploração e
comercialização mineral em América Latina. “É preciso conhecer a força e as
articulações do enorme capital investido atualmente nos projetos de mineração
em nosso continente, para compreender suas estratégias e empoderar a
resistência das comunidades locais” – comentou Cesar Padilla, chileno,
organizador do seminário.
Por fim, nos dias 8 e 9 de novembro, a rede Justiça nos Trilhos
representou também os Missionários Combonianos no encontro bianual do
“Observatorio de Conflictos Mineros en America Latina” (OCMAL), rede que
articula dezenas de entidades, movimentos sociais e coordenações de comunidades
em luta contra os impactos da mineração.
Setenta pessoas de nove países do continente debateram com extrema competência estratégias de visibilização desse conflito, articulação internacional da denúncia e da resistência, defesa das comunidades e lideranças criminalizadas e perseguidas por defenderem o direito à autodeterminação dos povos sobre seus territórios.
Somente na semana em que se realizaram os encontros, mais duas vítimas da violência das empresas mineradoras e do aparato estatal em muitos casos a elas aliadas foram assassinados no esforço de defender suas comunidades: Ramiro Taish do povo Xoar, Ecuador, e César García, liderança comunitária em Colômbia.
Setenta pessoas de nove países do continente debateram com extrema competência estratégias de visibilização desse conflito, articulação internacional da denúncia e da resistência, defesa das comunidades e lideranças criminalizadas e perseguidas por defenderem o direito à autodeterminação dos povos sobre seus territórios.
Somente na semana em que se realizaram os encontros, mais duas vítimas da violência das empresas mineradoras e do aparato estatal em muitos casos a elas aliadas foram assassinados no esforço de defender suas comunidades: Ramiro Taish do povo Xoar, Ecuador, e César García, liderança comunitária em Colômbia.
A missão comboniana no
continente latino-americano confirma sua opção prioritária para os povos
indígenas e afro-descententes e, em sintonia com o ensinamento da recente
Conferência de Aparecida, se coloca a serviço das comunidades excluídas pelo
atual modelo de desenvolvimento e seus grandes projetos impactantes.
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