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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

General Etchegoyen diz que quilombolas de Alcântara são “cooptados por antropólogos estrangeiros”

Áudio divulgado pelo The Intercept Brasil mostra ministro minimizando luta dos maranhenses pelo território: “Ah, não quero sair porque aqui morreu minha vó”
A luta das comunidades quilombolas pelo território foi minimizada pelo general Sérgio Westphalen Etchegoyen. Em fala de quase duas horas no Instituto Rio Branco, no dia 23 de agosto, ele disse – conforme áudio divulgado pelo The Intercept Brasil – que entre os atuais entraves ao “progresso” estão os quilombolas. Em particular os de Alcântara (MA), município brasileiro com 152 comunidades descendentes de quilombos, o maior número do país. E onde está a base brasileira de lançamento de foguetes.
“Algumas comunidades permanecem onde estão e não saem para a expansão do centro de lançamento de Alcântara por razões culturais”, afirmou ele aos futuros diplomatas. “Ah, não quero sair porque aqui morreu minha vó”.
Segundo o Intercept, quem estimula essa resistência são algumas lideranças “cooptadas por antropólogos estrangeiros”, que teriam o objetivo de sabotar o programa espacial brasileiro. “Há 30 anos já se discute isso e não se sai do lugar. E se não chegarmos a uma posição do que é interesse nacional, nós vamos continuar patinando”.
Ethegoyen dissera antes que o Palácio do Planalto  estaria tentando implantar uma “agenda modernizadora”. Entre os empecilhos a essa agenda estaria a própria Constituição: “Nós perdemos a noção de crescimento e passamos a ser uma sociedade de outra natureza, particularmente a partir de 88, a partir da Constituição de 88, que não tem, como prioridade, crescer”.
Nessa perspectiva, simpática ao projeto da ditadura, o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sempre de acordo com o áudio divulgado pelo Intercept, afirmou que o Estado democrático brasileiro criou instrumentos que limitaram o desenvolvimento:
– Imaginem se hoje seria possível construir, no Rio de Janeiro, o Cristo Redentor? Quanto é que ia nos custar de discussão no Ibama, com o Ministério Público? Quanto nos custaria fazer uma ponte Rio-Niterói, pra ficar no mesmo tema? O bondinho? Itaipu?
EXPLODE A MORTE DE QUILOMBOLAS NO PAÍS
O número de quilombolas assassinados no Brasil disparou em 2017. Segundo a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), foram 14 homicídios no ano e 8 em 2016. O ano anterior registrara somente um homicídio, assim como em 2011. Entre 2012 e 2014 não houve registro de homicídios em comunidades quilombolas.
Lideranças e especialistas ouvidos pelo ISA associam o aumento da violência ao atual cenário político. Um dos assassinados foi Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo. Ele foi executado com mais de dez tiros em frente de uma escola municipal, no dia 19 de setembro, em Simões Filho (BA). Era uma liderança ativa. Na internet, mantinha uma página sobre a comunidade de Pitanga dos Palmares. Seu penúltimo post foi sobre viagem a Brasília para protestar contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3.239/2004, que ameaça a titulação dos territórios quilombolas no Brasil.
Sete dos 14 assassinatos ocorreu em Lençóis (BA), no quilombo de Iúna, entre julho e agosto. O crime provocou uma evasão na comunidade: das 42 famílias de quilombolas que viviam no território, apenas 12 permaneceram.
Quilombolas estão em Alcântara há 300 anos. 

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