07/07/2013

Cerca de 150 integrantes de sete povos do Maranhão interditaram
no início da tarde de quinta-feira, 4 de julho, a Estrada de Ferro Carajás, que
liga as jazidas de minério de ferro da Vale ao porto de São Luís, capital do
estado. O trecho da ferrovia bloqueado passa pela aldeia Maçaranduba, Terra
Indígena Caru, dos Awá-Guajá e Tenetehara (Guajajara). A ocupação se manterá
por tempo indeterminado.
De acordo com as lideranças do movimento, a ferrovia foi
bloqueada porque os povos ocupam há dez dias a sede do DSEI-Maranhão, órgão da
Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Ministério da Saúde, e até agora
não tiveram suas reivindicações atendidas. “Então os parentes decidiram
interditar a ferrovia para serem ouvidos”, explica Lourenço Krikati, 44 anos,
da Terra Indígena Krikati.
O que os povos pedem são as exonerações do DSEI de Licínio
Carmona, gestor do distrito, e Antonio Izildo, chefe da equipe de divisão
técnica. “Eles desrespeitam o controle social da saúde indígena e a gestão é
péssima. Precisamos de pessoas que priorizem o diálogo com o movimento indígena
e as comunidades”, afirma Lourenço, também integrante do Conselho Nacional de
Saúde Indígena.
Além da substituição dos dirigentes, os povos exigem melhoras
nas condições de trabalho dos servidores do DSEI. Desde o último dia 24 de
junho, as comunidades contabilizaram seis mortes em decorrência da falta de
estrutura para o atendimento da saúde. “Faltam medicamentos, transporte para os
doentes. A desassistência faz com que os casos fiquem graves e caminhem para o
óbito”, diz Lourenço.
Para a liderança a situação é de colapso e por conta disso os
povos estão dispostos a levar as mobilizações para outros pontos do estado, com
novas ocupações e trancamentos. Os povos presentes nas mobilizações são os
Krenjê, Tenetehara, Awá-Guajá, Apãniekra, Ramkokramekra, Gavião e Krikati.
“Queremos dialogar, mas não mais com esses dirigentes. Esse é o nosso desejo”,
encerra Lourenço.
Fonte: CIMI-Brasília, por Renato Santana, 05
de julho de 2013
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