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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pesquisa analisa conflitos ambientais no Maranhão


Qua, 06 de Maio de 2015
Escrito Por Israel De Napoli

·         Os anos 1980, no Maranhão, foram marcados pelos conflitos por terra, resultando em altos índices de assassinatos e perseguições no campo, expulsões de camponeses de suas terras, impedimentos de acesso a recursos naturais tradicionalmente utilizados.

Mediante as profundas alterações pelas quais vêm passando nos últimos anos as paisagens e os modos de vidas dos grupos sociais em vários municípios do Estado, o professor do Departamento de Sociologia e Antropologia, Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de identificar e analisar conflitos ambientais, no Maranhão, decorrentes de projetos de desenvolvimento instalados a partir do final da década de 1970 até os dias atuais.

Segundo o pesquisador, o confronto entre empreendedores e grupos locais tradicionalmente estabelecidos é causado em função das atividades produtivas ou de grandes obras de infraestrutura que demandam novos territórios ou quando as atividades produtivas já estabelecidas implicam em destruição ou proibição de uso de recursos naturais necessários para a reprodução social de determinados grupos sociais.

“A agressão ou destruição da natureza implica também no comprometimento da qualidade de vida tanto de trabalhadores industriais quanto de moradores das periferias das cidades e dos campos. Lutar por melhores condições de trabalho ou pela defesa de um território não é somente uma causa específica, mas um interesse geral das sociedades humanas, que é a conservação planetária”, explica Horácio Antunes.

De acordo com o pesquisador, iniciativas decorrentes de planejamentos governamentais e/ou da iniciativa privada – como a instalação de um grande conjunto de empreendimentos agropecuários, industriais, madeireiros, de transporte e de exploração marítima – têm provocado profundos impactos socioambientais, alterando biomas e modos de vida de populações locais.

A pesquisa afirma que esse cenário desenvolvimentista no Maranhão tem provocado a expulsão de milhares de agricultores de suas terras e o desmantelamento da produção familiar rural. “Um dos efeitos nefastos para a população local é o fato de o Maranhão ter se tornado, nos últimos anos, um dos estados brasileiros com maior quantidade de migrantes, pois a dificuldade, quando não impossibilidade, de produzir na própria terra tem levado principalmente homens jovens a buscar a sorte em outros locais, sujeitando-se a toda tipo de exploração. Assim, cabe também ao Maranhão o título de estado maior exportador de trabalhadores para o trabalho escravo”, afirma Horácio Antunes.

Conforme concluiu a pesquisa, que analisou indicadores sociais, após quarenta anos de projetos de desenvolvimento, o Maranhão permanece sendo um dos estados mais pobres do Brasil, com os piores indicadores de concentração de terras, riquezas e poder político.

O estudo foi desenvolvido nos municípios de São Luís, Bacabeira, Rosário, Açailândia, Buriticupu e Alcântara. “No entanto, temos um banco de dados no qual registramos notícias de conflitos ambientais [divulgadas nos principais jornais do Estado e em blogs e páginas eletrônicas] que existem em todas as regiões do Estado”, diz o pesquisador.


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