Quem sou eu

Minha foto
São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

domingo, 5 de junho de 2011

São Luís precisa melhorar gestão de suas águas superficiais e subterrâneas

 
O Dia do Meio Ambiente, celebrado hoje, traz à tona uma questão decisiva para o estado: uso da água é um dos maiores problemas do Maranhão atualmente. No ano passado, pesquisa nacional do Instituto Trata Brasil colocou São Luis como a 14ª cidade de mais de 300 mil habitantes com maior percentual de água desperdiçada do Brasil. De um lado, há precariedade no abastecimento de água e recolhimento de esgoto em São Luís e em quase todas as cidades do interior. Por outro lado, há desperdícios como lugares com vazamentos em vias públicas ou na lavagem de automóveis com água tratada. E a água para a população ainda precisa ser dividida com as indústrias, que também utilizam os recursos hídricos em larga escala.

O sistema Italuís I começa a ficar velho e a apresentar problemas com os muitos rompimentos. O sistema serviria para abastecer 60% da área metropolitana da capital, mas, como enfrenta uma série de limitações de espaço, volume de canos e estrutura obsoleta, nem sempre consegue atingir essa meta. A solução seria a construção do sistema Italuís II, que duplicaria o atual sistema e daria uma maior cobertura de abastecimento hidráulico à cidade. No entanto, o projeto ainda não saiu do papel. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), ainda está passando pelo processo de licitação, mesmo tendo sido iniciada a construção de reservatórios no Distrito Industrial. Os rios que abastecem a cidade, como o Rio Paciência e reservatório do Batatã, estão poluídos ou sobrecarregados.

Os poços artesianos, apresentados como uma alternativa viável, começam a se salinizar, e não se mostraram tão viáveis assim: a perfuração clandestina desses poços e a má utilização dos recursos dessa fontes podem reduzir o volume de água nos lençóis freáticos da cidade, e contribuir para a invasão de água salgada no meio subterâneo. Essa preocupação partiu do geólogo Carlos Borromeu, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), que estuda o assunto alertou para a identificação desse problema em alguns poços de São Luís. Ele declarou que, em dez anos, é possível que São Luis enfrente graves problemas por conta da falta de recursos hídricos nos lençóis freáticos.

"Quando se ataca o meio ambiente em uma determinada área, o problema se expande para outros locais. E, se a própria população destrói o meio ambiente em determinado local, e o poder público se omite na questão, as conseqüências são graves e o problema pode demorar anos para ser resolvido", avaliou um dos dirigentes do Sindicato dos Urbanitários de São Luis, José Braga Neto. Para ele, o sistema de abastecimento de São Luís está muito abaixo do ideal, apesar de melhorias e manutenções no sistema Italuís promovidas pela Caema. Ele apontou como uma das soluções a construção imediata do Sistema Italuís II, que teria de duplicar o atual sistema. "Com isso, é possível aumentar o percentual de só 60% da área metropolitana sendo abastecida pelo sistema Italuís, além de aumentar a qualidade do abastecimento, incluindo o Distrito Industrial", declarou.

Além do sistema Italuís, o tratamento de esgoto da capital também apresenta déficit. No ano passado, técnicos da Caema, em entrevista a O Imparcial, informaram que as duas principais Estações de Tratamento de Esgoto, a do Bacanga e a do Jaracati, não estavam funcionando com a totalidade da potência. A estação do Bacanga estaria funcionando com menos de 20% do total, e a do Jaracati, com cerca de 60% do total. A Caema informou que tem trabalhado para aumentar a malha de canos e interceptores de São Luis, o que faria aumentar a qualidade e quantidade de abastecimento nos bairros atingidos.

Água sem gestão

A falta de gestão representa um dos principais impasses ambientais com relação à água no Maranhão. A afirmação é da representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CONERH), Sueli Gonçalves. Segundo ela, aqui, qualquer pessoa que quiser tirar água de um rio ou de uma nascente para qualquer fim pode fazer isso, desde que a água não esteja dentro de uma reserva ecológica. Com isso, há um descontrole por parte dos órgãos ambientais sobre o modo como essa água está sendo utilizada, o que sobrecarrega nascentes e lençóis freáticos e causa danos irreparáveis à fauna, flora e a todo o ecossistema em volta.

O problema parece estar sendo resolvido. No último dia 20 foram empossados 27 conselheiros do Conselho Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Maranhão, que, até então só existia no papel. Com os conselheiros empossados, o conselho deverá criar comitês gestores para cada bacia hidrográfica presente no Maranhão. É tarefa desses comitês o planejamento a melhor forma de lidar com aquela bacia, o que permitir e o que liberar na extração daquela água. O Maranhão é um dos últimos estados a adotar essa política de planejamento de utilização da água, que foi criada em nível nacional durante o governo Itamar Franco, em 1994.
Esse conselho terá representantes provenientes da sociedade civil, de instituições particulares e do governo estadual, que decidirão de forma conjunta as medidas tomadas pelo órgão. A primeira medida do conselho foi a criação do Comitê Infanto-Junevil do Rio Jeniparana, na Cidade Operária, onde as crianças tem encontros semanais, e recebem informações e orientações sobre os recursos hídricos do Maranhão, formas de preservação e características ambientais.

Águas subterrâneas

Segundo estudos feitos no ano passado pela Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), cerca de 50% da população da ilha de São Luís utiliza a captação de água subterrânea por meio de poços artesianos como forma de abastecer-se. Além disso, 99% do abastecimento industrial também utiliza a mesma forma de captação. Com a enorme demanda, as águas dos poços artesianos acabam secando após um tempo, e o espaço vazio que antes era ocupado por água doce começa a receber água salgada.

É assim que acontece a salinização dos poços artesianos. Para isso não ocorrer, é necessário fazer o teste de vazão do poço no momento da perfuração. Só através disso é possível verificar a quantidade de água que poderá ser retirada diariamente do poço. Além disso, a perfuração deve seguir normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que nem sempre ocorre. Sem a utilização das técnicas, aumenta a chance de contaminação do lençol freático, inutilizando a água. Outro fator que também contamina os lençóis subterrâneos é a presença de lixões e esgotos estourados próximo às reservas de água.

Dia para reflexão

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, onde a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, onde a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade. A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente.
 
Imparcial
 
 

Daniel Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário