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Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

domingo, 18 de agosto de 2013

CIA manteve colaboradores dentro da Igreja Católica no Brasil


Por , 16/08/2013 11:35
Foto: EBC
Foto: EBC
O auge dessa colaboração aconteceu entre os anos 1960 e 1985, no período prévio ao golpe militar de 1964 e durante toda a vigência da ditadura. Fontes de dentro da Igreja revelam que a CIA cooptou até assessores do ex-arcebispo do Rio D. Eugênio Salles, morto em 2012, com a missão de abastecer Washington com informações sobre a atuação das Ligas Camponesas do Nordeste
Dermi Azevedo – Carta Maior
A Agência de Inteligência dos EUA (CIA) espiona, desde os anos 60, todas as atividades da Igreja Católica Romana no Brasil, por meio de colaboradores diretos e indiretos. Os diretos são membros da Igreja que voluntariamente prestam serviços a essa. E os indiretos são assessores das pastorais católicas infiltrados pelo serviço secreto dos EUA em atividades eclesiásticas.
As informações são de diversas fontes da Igreja ouvidas pela reportagem, e que pediram para não terem seus nomes revelados.
O auge dessa colaboração aconteceu entre os anos 1960 e 1985, ou seja, no período prévio ao golpe militar de 1964 e durante toda a vigência da ditadura. Perdurou também essa vigilância durante a transição para a democracia e continua até hoje, tendo Brasília como a base principal das operações de espionagem.
Durante os anos 60, a principal base operativa da CIA na Igreja brasileira foi Natal, capital do Rio Grande do Norte. A operação fixou-se no Movimento Natal, liderado pelo ex-arcebispo do Rio de Janeiro D. Eugênio de Araújo Sales, que, nessa época, administrava a Igreja Católica em Natal.
A CIA cooptou assessores de D. Eugênio – principalmente estudantes e profissionais do campo das ciências sociais –, com a missão de abastecer Washington de informações sobre a atuação das Ligas Camponesas do Nordeste.
As ligas haviam sido criadas e dirigidas pelo socialista Francisco Julião, considerado um dos “inimigos públicos” do governo militar ao lado de Leonel Brizola, no Rio Grande do Sul, e de Carlos Marighella, na Bahia.
Um assessor da CIA monitorava todas as atividades dos bispos e das dioceses nordestinas. A vigilância estendia-se, porém, aos demais Estados, nas várias representações regionais da CNBB.
Na base potiguar a CIA era informada diariamente por assessores de D. Eugênio, que monitoravam inclusive as suas palestras e discursos. Mas esse controle também foi feito nos anos 70 e 80.
Na administração do arcebispo D. Nivaldo Mont, a agência costumava gravar sigilosamente todas as reuniões ordinárias e extraordinárias do episcopado. Entre elas, inclui-se uma palestra do então governador nomeado do Rio Grande do Norte Cortez Pereira.
Reunido com os bispos no Centro de Treinamento de Líderes da arquidiocese de Natal, na praia de Ponta Negra, Cortez fez críticas a um modelo de desenvolvimento que qualificou como excludente e elitista. No dia seguinte, foi intimado para comparecer a Recife, onde foi questionado pelo Comando Militar do Exército do Nordeste sobre seu pronunciamento.
A CIA acompanhou também o apoio da Aliança para o Progresso, instituída pelo presidente John Kennedy, a projetos ligados à igreja nordestina, principalmente dos setores rural e sindical nesse período. O Rio Grande do Norte recebeu a visita do Secretário de Justiça dos EUA, o senador Roberto Kennedy, irmão do presidente, e que também foi assassinado anos depois.
Além do apoio aos projetos sociais da Igreja, o Governo Kennedy também enviou várias toneladas de alimentos, que foram distribuídas em comunidades rurais potiguares. Foram também incluídas na lista de doações várias paróquias, inclusive o Seminário de São Pedro, principal escola de formação do clero norte-rio-grandense.

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