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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pobreza no Maranhão: a principal herança de Sarney

Por racismoambiental, 03/08/2013 17:57
jose sarney
O Maranhão apresenta a menor expectativa de vida na média de homens e mulheres– 68,6 anos – de acordo com dados divulgados, nesta sexta (02), pelo IBGE. São oito anos a menos que Santa Catarina (76,8), que ocupa o primeiro lugar, e cinco abaixo da média nacional (73,76).
Possui a segunda pior taxa de mortalidade infantil do país, apenas atrás de Alagoas, com 29 crianças com menos de um ano mortas para cada mil nascidas vivas. A média nacional é de 16,7 para 1000. A menor taxa está, novamente, em Santa Catarina (9,2/1000).
As três piores cidades em renda per capita pertencem ao Maranhão, de acordo com o recentemente divulgado Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – Marajá do Sena (R$ 96,25), Fernando Falcão (R$ 106,99) e Belágua (R$ 107,14). Na média dos municípios, o Estado possui o segundo pior IDHM do país, perdendo apenas para Alagoas – outra terra devastada pelo coronelismo.
Dizem que não é educado falar de quem está doente. Mas a influência dos atos de uma figura pública não deixa de existir quando ela está afastada de suas funções, aposentada ou foi desta para a melhor.
Sem desmerecer todas as denúncias de corrupção, nepotismo, desvio de verbas públicas, entre outras, que recaem contra o ex-presidente da República e do Senado, a miséria em que se encontra boa parte do povo maranhense já era motivo suficiente para qualquer brasileiro bradar “Fora Sarney!”
Corrupção na máquina pública e exploração da pobreza, por ação direta e indireta ou inação, estão intimamente relacionados, mas infelizmente é mais fácil cassar alguém pelo primeiro delito do que pelo segundo. O Maranhão, sob o domínio dos Sarney por décadas, não só permaneceu nas piores posições nos indicadores sociais, mas também viu suas terras serem desmatadas e poluídas, latifúndios crescerem, trabalhadores serem escravizados e assassinados, comunidades tradicionais serem ameaçadas e expulsas, a educação ser sucateada, os meios de comunicação ficarem concentrados nas mãos de poucos políticos.
Isso é assustador, considerando que o Maranhão é um Estado rico. Possui jazidas minerais e gás natural. Água doce em abundância. Partes de seu território estão na Amazônia e no Cerrado. Tem localização privilegiada, com um porto mais próximo dos Estados Unidos e da União Europeia do que os do Sul e Sudeste.
Alguns vão colocar a culpa na própria população que os elege. Não é tão simples – Sarney teve que fugir e virar senador pelo Amapá para não ficar fora do jogo político em um determinado momento. E sua filha, Roseana, já perdeu uma eleição para o governo. O Maranhão possui importantes movimentos sociais e uma sociedade civil cada vez mais atuante, como tenho acompanhado em constantes visitas ao Estado nos últimos dez anos. O problema é o desalento de boa parte da população mais pobre, que – infelizmente – já não acredita que a política possa fazer diferença em sua vida. Independentemente de quem lá estiver.
Dilapidação da esperança. Talvez, seja a pior herança deixada pelo clã.

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