Por racismoambiental, 08/07/2013 17:11
Coapima - A
Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão
(Coapima) divulgou no sábado (6 de julho) uma nota pública em que esclarece os
motivos da ocupação da sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) no
Maranhão e, em seguida, da Estrada de Ferro Carajás. O movimento afirma que as
ações se intensificarão em outras regiões do estado, caso as reivindicações não
sejam atendidas a contento.
Leia a nota da Coapima na íntegra:
A Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos
Indígenas do Maranhão (Coapima) vêm de público esclarecer que nós, povos
indígenas do Maranhão, ocupamos a Estrada de Ferro Carajás, na manhã do dia 04
de julho de 2013, pelo simples fato de passar mais de dez dias que fizemos a
ocupação da sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) no Maranhão e
não termos sido atendidos em nossas reivindicações (saída de Licínio Brito
Carmona e Antônio Izídio da Silvia, melhoria no atendimento à saúde em nossas
aldeias, condições adequadas de trabalho para as equipe multidisciplinares) por
Antônio Alves, atual secretário da Secretaria de Saúde Indígena.
Na aldeia Maçaramduba, Terra Indígena Carú, município de Bom
Jardim, já somamos mais de 300 indígenas dos Povos Tentehar/Guajajara dos
municípios de Amarante do Maranhão, Bom Jesus das Selvas, Bom Jardim, Barra do
Corda, Jenipapo dos Vieiras; RankokamekraKanela e ApaniekraKanela de Fernando
Falcão; Krikati de Montes Altos; Krenyê de Barra do Corda; Pukobjê-Gavião de
Amarante do Maranhão e Awá de Bom Jardim e Krepumkatejê de Itaipava do Grajaú e
estamos aguardando mais povos.
Esclarecemos que na noite de 5 de julho, após negociação com
Rodrigo (delegado da Polícia Federal) e Orlando Sá (representante da Vale)
aceitamos desbloquear temporariamente a Estrada de Ferro Carajás mediante o
acorde de que até amanhã (09), os representantes da Vale retornariam à aldeia
com a resposta sobre a exoneração de Licínio Brito Carmona e Antônio Izídio da
Silvia, ambos do DSEI-MA. Nesse intervalo, Orlando Sá comprometeu-se que a Vale
bancará a alimentação para os 300 indígenas que permaneceram acampados na
aldeia Maçaramduba.
No entanto, lamentamos muito que no dia seguinte a Vale,
alegando o desconhecimento do acordo firmado na noite anterior, deixou de
fornecer a alimentação para os indígenas. Atitude que demonstra total
desrespeito para com as lutas dos povos indígenas. Todavia, nós, povos
indígenas do Maranhão, presentes na aldeia Maçaramduba, manteremos o acordo de
somente voltar à Estrada de Ferro Carajás na data firmada. Outrora,
esclarecemos que nosso movimento não acabou, pelo contrário, o mesmo se
intensificará em outras regiões do estado, caso nossa reivindicação não seja
atendida a contento.
Saudações Indígenas,
Bom Jardim-MA, 06 de julho de 2013.
Coordenação da Coapima.
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