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São Luís, Maranhão, Brazil
Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

domingo, 20 de março de 2011

Arigatô, Japão

Dilma, Alckmin e até empresas como a Vale deveriam ajudar os japoneses

Dias atrás, o governo divulgou sua previsão de safra agrícola. A melhor de todos os tempos, com uma colheita estimada em 154 milhões de toneladas de grãos. O Brasil protagonizou a grande virada do agronegócio global dos últimos 50 anos graças à “Revolução Verde” do Cerrado. Por trás desse sucesso, existe a mão invisível do Japão. O Brasil começou a dominar a tecnologia da agricultura tropical no início da década de 70, quando o governo japonês financiou o Prodecer, o Programa de Desenvolvimento do Cerrado, região que hoje responde pela maior parte do superávit comercial brasileiro.
Bem antes disso, a então Vale do Rio Doce, hoje apenas Vale, começou a se desenvolver quando seu ex-presidente Eliezer Batista firmou acordos de cooperação com grandes siderúrgicas japonesas, como a Nippon Steel. E a mineradora Vale, todos sabem, é hoje a principal empresa exportadora do País. Bem mais recentemente, o governador paulista Geraldo Alckmin, em seu mandato anterior, começou a fazer as obras de aprofundamento da calha e dragagem do rio Tietê, graças a um financiamento do governo japonês a fundo quase perdido – a dragagem foi depois abandonada pelos tucanos, trazendo as enchentes de volta, mas isso é outra história.
Esses três casos são apenas uma pequena amostra do muito que o Japão já fez pelo Brasil, sem considerar a inestimável contribuição da colônia nipônica nos últimos 100 anos. Apesar de tudo isso, o que o Brasil, que bate no peito e se orgulha de ser a sétima maior economia do mundo, oferece ao Japão? Absolutamente nada. Aliás,
o Itamaraty resolveu não ajudar nem mesmo os brasileiros que vivem
por lá, enquanto governos e empresas aéreas de vários países já se mobilizam para retirar seus cidadãos das zonas mais expostas à radiação cancerígena de Fukushima.
Ah, alguns poderão dizer que os japoneses são ricos e não necessitam de nenhuma ajuda internacional.
Podem se virar sozinhos para se reerguer de uma catástrofe que vai custar mais de US$ 200 bilhões. Afinal, têm um PIB duas vezes maior do que o nosso. Mas não é bem assim que a s coisas funcionam. Governos de outros países já enviaram navios e missões humanitárias. Aqui, o que se ouviu foi a frase patética do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dizendo que o Brasil “vai ganhar mais do que perder” com o terremoto japonês.
Lupi não fala japonês. Mas há uma palavra que qualquer pessoa no mundo conhece. Arigatô. Muito obrigado. Era hora de demonstrar gratidão por tudo de bom que o Japão já fez pelo Brasil. Pelo menos, é isso o que se espera de quem pretende ser protagonista global. Ouviu Dilma Rousseff? Ouviu Geraldo Alckmin? Ouviu Roger Agnelli?

Por Leonardo Attuch
Fonte:http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/3_LEONARDO+ATTUCH

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