A cobrança gerou mais um atrito na relação da empresa com o governo na semana passada, contornado após conversa por telefone entre o presidente da Vale, Roger Agnelli, e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).
Os dois devem se encontrar nesta semana, em Brasília, para buscar um acordo sobre a cobrança dos royalties do setor --a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais).
Segundo a Folha apurou, o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), responsável pela fiscalização da cobrança de royalties, cobra uma dívida de R$ 900 milhões pela exploração de minério no Pará e cerca de R$ 3 bilhões pela mineração em Minas Gerais.
A Vale não concorda com o valor e diz que sua dívida, se procedente, não passa da metade desse montante, disse à Folha um técnico envolvido nas negociações.
Na semana passada, procurada, a empresa não quis se manifestar oficialmente sobre o assunto.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Não bastasse o fato de a alíquota ser baixíssima, se comparada ao que é cobrado a título de royalties em outros países do mundo e não bastasse a Vale estar isento de pagar royalties os municípios que não são mineradores mas que são impactados por suas operações, a Vale parece se valer de artifícios para maquiar a base de cálculo. Primeiro, estaria deixndo de entregar ao DNPM a documentação necessária para o cálculo do faturamento e da CFEM. E, o que é pior, aparentemente realiza uma manobra fiscal ao exportar por meio de subsidiarias com deságio. De fato, segundo fontes do governo federal, "a Vale recolhe a CFEM de acordo com o valor de transferência do minério do Brasil para países como as Ilhas Cayman, mas não pelo valor vendido, mais elevado, para o destino final. Com isso, a empresa reduz o pagamento de royalties no País". Esse fato, somado aos baixos estândares e a péssima fiscalização quanto aos direitos dos trabalhadores, ao direito de todos a um meio ambiente sadio e equilibrado etc, dão base para o que um dia afirmou Roger Agnelli: "temos o minério de ferro mais barato do mundo". Abração, Arnaldo. E parabéns pelo belo blog.
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