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Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Entre a Vale e o Planalto

Por Luciano Martins Costa em 29/3/2011
Comentário para o programa radiofônico do OI, 29/3/2011
Os jornais têm acompanhando com grande interesse a queda de braço entre autoridades do governo e o presidente da Vale, Roger Agnelli, cuja demissão foi finalmente acertada entre os principais acionistas, governo e Bradesco, e marcada para o dia 19 de abril.
Nas entrelinhas, a queda de Agnelli foi aposta de dez entre dez reportagens sobre o assunto durante as últimas semanas, mas nos artigos e editoriais fica claro que a imprensa tinha opinião formada em favor de Agnelli. No entanto, as razões expostas nos textos opinativos não permitem avançar muito no entendimento do imbroglio.
Os jornais repetem o mantra segundo o qual Agnelli contrariou o governo, ainda no mandato de Lula da Silva, quando demitiu 1300 funcionários e deu férias coletivas a outros 5500 após a eclosão da crise financeira internacional.
Argumento pífioNa ocasião, o presidente da República chegou a divulgar que havia pessoalmente telefonado para o presidente da Vale exigindo explicações. Ele preferia anúncios de mais investimento no Brasil e mais esforço na exportação de produtos de maior valor agregado. Segundo Lula da Silva, Agnelli estava contrariando a estratégia do governo contra a crise, alimentando o pessimismo e provocando insegurança no mercado.
A demissão seria, então, uma vingança de Lula?
Após a posse de Dilma Rousseff na Presidência da República, o tema esfriou, mas as negociações entre o governo e o Bradesco não foram interrompidas. Os jornais ainda mantiveram o assunto em banho-maria, com exceção de alguns colunistas, que afirmavam ser intenção do governo criar a vaga na presidência da empresa para atender compromissos políticos. Mas esse argumento primário não foi comprado pelos editoriais.
Interesses estratégicosFragmentos de declarações permitem deduzir, porém, que a divergência não foi superada com o fim da crise financeira e a retomada de contratações e investimentos por parte da empresa.
A questão que parece ter levado ao desfecho anunciado pelos jornais se refere ao papel que o governo imagina para a Vale. Em dez anos na direção da antiga estatal, Agnelli produziu grandes lucros e levou a empresa a um posicionamento de destaque no setor, mas há quem entenda que ele priorizou resultados de curto prazo e tornou a Vale vulnerável a mudanças no mercado internacional, principalmente à decisão da China de jogar pesado no setor de minérios.
O dilema por trás da questão seria, então, beneficiar o acionista ou dar preferência aos interesses estratégicos do país. Quais seriam esses interesses? O noticiário não esclarece. Mas o mercado, que já lidava com a informação da demissão do superexecutivo desde a semana passada, não deu sinais de abalo.

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