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Homem simples e comum: procuro ser gentil com as pessoas, amigo dos meus amigos e bondoso com a minha família. Sou apaixonado por filmes, internet, livros, futebol e música. Estou tentando sempre equilibrar corpo e mente, manter-me informado das notícias a nível mundial, ministrar aulas de geografia em paralelo às pesquisas acadêmicas que desenvolvo e, no meio de tudo isso, tento achar tempo para o lazer e o namoro. Profissionalmente,sou geógrafo e professor de Geografia no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Maranhão (IFMA ­ Campus Avançado Porto Franco) e Doutorando em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) e do Núcleo de Estudos do Pensamento Socialista Pesquisa do Sindicalismo (NEPS), ambos da UFMA. Participo da Rede Justiça nos Trilhos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quanto vale o cabeça da Vale

Por Rolf Kuntz em 29/3/2011
Quanto vale a cabeça de Roger Agnelli, presidente da Vale, a segunda maior mineradora do mundo, maior exploradora de minério de ferro e maior empresa privada do Brasil? Segundo o Globo, pode valer ao Bradesco a renovação do contrato do Banco Postal, previsto para expirar em dezembro. Em dez anos, de acordo com a reportagem, o uso das agências dos Correios facilitou a abertura de mais de dez milhões de contas.
Essa explicação saiu na edição de domingo (27/3). No dia anterior, a manchete do jornal havia sido forte: "Bradesco cede a governo e aceita tirar Agnelli da Vale". A rendição, segundo o texto, havia ocorrido no dia anterior, à tarde, numa reunião em São Paulo. "O Bradesco cedeu à ‘pressão massacrante’ do Palácio do Planalto", noticiou o jornal, usando uma expressão atribuída a um dirigente do banco.
A vitória do governo nesse braço de ferro havia sido antecipada, na quinta e na sexta-feiras (24 e 25/3), em reportagens do Valor. Na primeira dessa mátérias, o acerto já havia ocorrido numa reunião entre o ministros da Fazenda Guido Mantega e o presidente do conselho de administração do banco, Lázaro Brandão. Segundo o Globo, o acordo só foi acertado na sexta-feira.
Faltava definir o nome do sucessor de Roger Agnelli, mas o novo presidente deveria ser escolhido nos quadros da empresa, Também isso havia sido informado nos dias anteriores em outros jornais. A matéria do Globo destacou-se não só pela confirmação do acordo sobre Agnelli, mas também pela referência à "pressão massacrante". A reportagem não deu outros detalhes, mas avançou em relação às demais coberturas pela menção explícita à pressão.
Pouca diferençaOs jornais vinham mencionando negociações entre o ministro da Fazenda e o representante do Bradesco, sem qualificar o estilo da conversa. Na edição de domingo, o Globo adicionou à história uma avaliação atribuída a um ministro. Ao ceder, teria dito essa fonte, o banco jogou certo porque o deixou o governo como seu devedor e reforçou sua posição de "parceiro preferencial e confiável".
No último fim de semana de março, as matérias mais atraentes sobre a sucessão na Vale foram publicadas pelo Globo. O tentou levantar detalhes sobre as negociações entre o governo e o Bradesco e sobre os interesses do banco em relação ao governo. Dirigentes do Bradesco haviam resistido às investidas anteriores contra Roger Agnelli.
Desde o fim de 2008, na pior fase da crise, quando a empresa demitiu cerca de 1.300 empregados, o Palácio do Planalto vinha pressionando a direção da Vale. As pressões eram explicadas, também, pelo desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ver a empresa aumentar seu investimento em siderurgia.
Em 2009 e 2010 o jogo se tornou mais pesado e o presidente da República passou a trabalhar sem muito disfarce pela substituição de Agnelli. Sem dispor da maioria necessária para forçar a mudança na direção da empresa, o governo teve de tentar um entendimento com o Bradesco, outro grande acionista, mas sem sucesso até o ano passado.
Não estava claro, até há pouco tempo, se a presidente Dilma Rousseff retomaria as tentativas de influir na direção da Vale e na definição de sua política de investimentos. Ela tem procurado mostrar-se distante do assunto e, pelo menos até o último fim de semana, evitou falar a respeito da sucessão na empresa. Mas o primeiro contato do ministro da Fazenda com o banqueiro Lázaro Brandão virou notícia no Estado de S.Paulo e, a partir desse momento, o reinício do jogo tornou-se assunto público.
A manobra inicial do ministro Mantega foi considerada inábil no Palácio do Planalto, segundo se informou logo em seguida, mas ele continuou responsável pela negociação. A sucessão de Agnelli deverá ser decidida oficialmente na segunda quinzena de abril. Até lá, os jornais terão muitos detalhes para levantar. Nesta altura, não faz muita diferença a decisão da presidente Dilma Rousseff de se mostrar distante da questão.
A voz do mercadoO presidente do Banco Central (BC) Alexandre Tombini andou empenhado em desfazer a impressão, alardeada principalmente por economistas do mercado financeiro, de uma mudança no estilo e talvez nos objetivos da política monetária. A nova política, segundo os comentários, daria menor ênfase aos juros e seria mais tolerante à inflação no horizonte de um ano. Em poucos dias ele se encontrou, mais de uma vez, com analistas do setor financeiro, com empresários de outros setores e com a imprensa.
A leitura dos jornais não deixa dúvida: os jornalistas têm uma capacidade extraordinária de repetir as perguntas e de raciocinar segundo os padrões do "mercado". Os mais velhos talvez ainda sem lembrem: num tempo remoto, inflação e política monetária eram discutidas como assuntos de interesse de todo mundo e não só do setor financeiro – ou desse tal "mercado". Além disso, os velhotes ainda não muito estragados pelo tempo devem ter na memória os antigos instrumentos de política. Além da taxa de redesconto, o BC manipulava também o recolhimento compulsório e regulava a liquidez, no curtíssimo prazo, por meio de operações de mercado aberto.
Algumas velhas linhas de ação foram retomadas e agora são conhecidas como "medidas macroprudenciais".

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